Você se ama?

Vamos parar com essa loucura da beleza? É isso que pede a campanha “Stop The Beauty Madness“, da escritora Robin Rice e divulgada pelo Huffington Post.

Dá uma olhada nas fotos:

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O que há de errado com esta foto? Absolutamente nada.

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Isso é o que eu sinto quando você olha pra mim na academia.

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Os objetos dessa imagem podem ser menores do que parecem.

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O que eu aprendi hoje na escola? Gorda. Porca. Leitoa. Subhumana. Nojenta. Por que você não se mata logo?

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Eu não sou anoréxica. Eu não estou doente. Eu não tenho sorte. Eu sou magra. É um tipo de corpo.

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Esperta o suficiente. Talentosa o suficiente. Não branca o suficiente.

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Você já chegou lá?

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O que eu quero ser quando crescer? Bonita.

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Assim, mamãe?

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Não um homem. Não um monstro. Não uma lésbica. Não uma tentativa de provar algo. Apenas fazendo uma escolha.

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A velhice não é feia. É invisível.

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Meu valor

Sabe, eu demorei anos pra me aceitar como sou (ou como estou, como fiquei, não importa). Não sei se já comentei aqui, mas até os meus 20 e poucos anos, eu era magra. Bem magra. Nunca me preocupei em cuidar do corpo e da alimentação. Aliás, sempre comi muito e tudo errado. Isso se refletiu completamente quando casei, engravidei, tive depressão pós-parto, me separei…

Após a separação, achei que nunca mais ia ficar com ninguém na vida. Estava gorda. Quem ia me querer?! Demorou bastante tempo para que eu deixasse de lado a paranoia de querer meu corpo magro de volta. Eu não achava essa cobrança certa. Queria gostar de mim como estava, como a vida havia me feito, com minhas cicatrizes, histórias, aprendizados e quilos a mais (por que não?).

A cobrança do corpo magro não era minha. Era dos homens que tiveram vergonha de me apresentar para os amigos (mesmo eu sendo muito legal, boa de cama, engraçada, etc). Era das mulheres que me diziam: “você é tão linda, por que não emagrece?”. Era das lojas de departamento que não produzem roupas para corpos maiores. Era das revistas e editoras de moda que têm um padrão de beleza estúpido.

Definitivamente, aquilo não era meu.

Aprendi a valorizar o que eu tenho de bom. Papo clichê mesmo, mas é verdade. Conquisto as pessoas à minha volta pelo que sou. Pelo cérebro e não pelo corpo. Dá mais trabalho? Opa. Mas já faz um filtro natural de seres humanos bem importante para a nossa sobrevivência em sociedade.

Perdi a vergonha de entrar em lojas de roupas plus size. Quero me vestir bem e é nesses lugares que vou encontrar peças que me caem bem. Ponto. Sem crise, sem drama. Só amor.

Se eu quero voltar a ficar magra? Perder um pouco de peso talvez me deixasse mais elegante, mas não tenho maturidade pra encarar dietas e exercícios (aliás, acho que jamais terei).

Se eu gosto de me cuidar? Muito! Adoro ir ao cabeleireiro, fazer massagem, cuidar da pele, usar maquiagem boa, comprar sapatos…

Se tem coisas no meu corpo que eu não gosto? Ah, tem sim. Mas isso não me impede de namorar, me sentir bonita ou confiante no trabalho. Sou mais do que o meu corpo. Você também.

A sua ausência

Filho, tá tão difícil sem você. Não imaginei que fosse sentir tanto a sua falta. Não imaginei que você fizesse tanta diferença na minha estrutura emocional. Eu sempre me sentia tão cansada e tão sem paciência quando estávamos juntos…

A sua ausência tá me deixando sem chão. Minha resistência baixou. Tive febre, enjoos, vômitos, falta de ar, tosse, sinusite, engordei. Não tenho vontade de trabalhar, de tomar banho e resolver problemas. Parece que está tudo nebuloso, sem vida, sem cor.

É, eu sei que posso estar ficando depressiva de novo. Mas prefiro pensar e encarar tudo isso como um período de adaptação. Para nós dois.

Não foi nada fácil te ver na quarta-feira passada. Te ver chorar, pedir para voltar pra casa comigo, ouvir você dizer que não queria me deixar sozinha e que não gostava da sua escola nova. Sentir o seu cheiro e não poder dormir com você. Colocar o pijama em você, mas voltar pra casa sozinha.

Sabe, filho, a mamãe sabe se virar sozinha. De verdade. Mas com você fica tudo mais gostoso. Fica tudo completo. Ainda bem que o NOSSO final de semana chegou. Quero sentir o seu cheiro até enjoar (como se isso fosse possível).

Dor de amor

amorAmar dói. Não importa se temos 12, 20 ou 32 anos: continua doendo. Quando amamos e somos correspondidos, cada um reage de uma forma: tem mais ou menos foco no trabalho, sente mais ou menos fome, fica com mais ou menos inspiração para viver. Porém, quando se fala em rejeição, todos sofremos do mesmo jeito: muito. E dolorido.

Com a maturidade, a intensidade do sofrimento pode até diminuir, mas ele continua lá, vivo. O coração ainda chora por histórias que poderiam ter sido. Por ter que começar tudo de novo. Pelo corpo que ainda chama pelo amor não correspondido. Ficamos burros da mesma maneira: mensagens bêbadas no final da noite, choros incontroláveis no banheiro do trabalho, noites mal dormidas e mal sonhadas.

Por outro lado, a maturidade nos dá ferramentas para enfrentar o luto de uma separação de maneira mais leve. Já descobrimos o que nos faz feliz e é a nisso que nos apegamos: edredon e seriados, cinema e amigas, música e cerveja. Sabemos que é melhor ficar longe de vez do dito cujo que insistir em remembers que não levam a lugar nenhum.

E o mais importante: temos cada vez mais amor próprio. Eu te amo, mas me amo mais. Vida que segue.