A maternidade não é plena

João nasceu e eu descobri que não o queria. Queria minha vida de volta: rotina, trabalho, marido. Meu controle. “O que eu faço com esse moleque? Se eu der um remedinho pra ele dormir pra sempre, será que alguém vai perceber?”. Depressão pós-parto. Das piores. Terapias, remédios, surtos. Mãe doente, filho doente. Demorou mais de um ano, mas passou. E foi a experiência mais transformadora da minha vida. Ser mãe é perder o controle da vida.

Texto escrito para a Oficina Escrever Simples, da jornalista Silvia Amélia de Araújo

Deixe um comentário